quarta-feira, 28 de março de 2007

Poema: "Crentes"

Ontem à noite fomos uns miúdos,
Que nunca foram ao Porto ou a Lisboa,
Uns crentes...

Fomos até à Foz do Arelho
E ficámos estupefactos com a praia,
Com a noite, e com a noite da praia.
E lembrámo-nos de ti,
E que tu não estavas lá.

Então,
Tentamos trazer-te o mar,
Mas não conseguíamos agarrar a água.
Tentamos trazer-te a areia,
Mas toda ela nas nossas mãos era escassa.
Tentamos inalar toda a brisa marítima,
Mas eramos só quatro pulmões.
Tentamos digitalizar todo aquele panorama,
Mas com a vista só o víamos.
E o som do vento só o ouvíamos,
E não conseguíamos reproduzi-lo.

Contudo,
Colhemos a flor branca da liberdade,
Colhemos a flor amarela do espírito jovem e eternidade,
Colhemos a flor púrpura ou violeta ou magenta ou lilás
Da mútua simplicidade.
Colhemos as folhas verdes e aquelas pseudo-pétalas vermelhas
Da localidade comum ao interior e exterior,
Para ti.

Nós não conseguimos,
Mas esperamos que as flores consigam...
Conseguiram?
...
Não te quisemos acordar,
E deitámo-nos crentes
(Estávamos crentes)
E hoje acordamos crentes
(Somos crentes)
Uns crentes...

3 comentários:

s0ninha d0s lim0es disse...

li.
reli.
li.
reli.
gostei... =)***

Anónimo disse...

ler todo o blog, muito bom

Pedro Mileto disse...

Muito obrigado! Já agora o Sr. Anónimo tem nome, não?