terça-feira, 10 de abril de 2007

Rascunhos (Semi)Poéticos - "Conformismo Involuntário ou Inconformismo Voluntário"

(Poesia... Pensar em poesia...
Escrever poesia... Escrever.. Escrever...
Algo original... inovador... apelativo...
Eloquente... Filosófico... Metafísico...)

(Humm... Poesia... Escrever... Pensar... Pensar...
Em quê? Humm... Amores e desamores?
Humm...)
"És lilás, és simplicidade, és coreógrafa do meu coração
Que dança para contemplar o teu!!!"
(Não... É lamechas... é banal... é nojento... é enjoativo...)

(Sociedade? Nem sei por onde começar!!)

Sociedade - Parte I:
Materialismo VS Espiritualismo
"Sou espiritual, sou anti-futilidades materiais..."
(No entanto, tenho de comprar mais um maço de tabaco
Com os trocos que me sobram do ordenado da companhia de telefones
Que serve a minha subsistência para fazer a Arte,
A arte espiritual anti-mecenas, anti-material e anti-consumista,
Entre certos artefactos industrial mas pessoalmente inúteis
Que regalam os meus sentidos...
"(E Tenho mesmo vontade de fumar mais um cigarro...
Raios partam a Arte...
Isto também não resulta... não é verdadeiro... a contradição...
AH! A contradição!)
"Oxalá só fosse a contradição voluntária e a metafísica
Tão metafísica ao ponto de aguçar todos os neurónios e sinapses
Que despertam outros sentidos para além dos convencionais cinco...
"(Não... Assim a metafísica é mais física que metafísica!
A contradição também não resulta...
M...)

Sociedade - Parte II:
Prosmiscuidade VS Afectividade
(Hmm... Mas eu sou ambos!
Mas também, para dois seres muito próximos,
A promiscuidade não lhes pode ser (e)afectivamente prática?
Hmm...)
"Eu e tu somos práticos e estamos mais ainda apaixonados,
Vamos contemplar-nos de todas as formas que nos contemplam,
Tão físicamente intenso, tão tactilmente poderoso que até nos toca a alma!
Somos promíscuos, mas somos mútuos,
Como nos é mútua a nossa afectividade!
Sim! É tão bom para mim! E mais ainda bom para nós
Por saber que é tão bom para ti como para mim,
E vice-versa e versa-vice!
E mútua é toda a nossa intimidade,
Sempre partilhada, sempre equilibrada!
Na balança mais rigorosa do Universo,
Que nos dá uma confiança maior que as nossas almas juntas!
E que nem precisamos de medir de tanta ser a nossa confiança!
Parte essa balança!
Põe em cima da cama a tua intimidade que eu ponho a minha!

Em tudo somos próximos, em tudo somos mútuos, em tudo somos íntimos!
Grande é o nosso amor que torna maior o nosso sexo,
Que por sua vez torna maior o nosso amor,
Que por sua vez torna ainda maior o nosso sexo,
Que por sua vez torna ainda maior o nosso amor!

amor, sexO!
amoR, seXO!
amOR, sEXO!
aMOR, SEXO!
AMOR, SEXXXO!

DÍZIMA INFINITA NÃO VARIÁVEL DE DUAS PARCELAS!
A PARCELA "AMOR" COM A PARCELA "SEXO",
DO PRODUTO DA (NOSSA) INTIMIDADE!
E O RESULTADO SOMOS NÓS!!! FUNDIDOS!!!
TABELA DE PROPORCIONALIDADE DIRECTA DE CONSTANTE
AMORxSEXO=INTIMIDADE!

Tamanha a nossa proximidade, afectividade, intimidade, promiscuidade
Que por ti, faço tudo!
Todo o nosso afecto vem servido
Com a cobertura da íntimidade dos valores de príncipios,
E dos favores voluntários da partilha das tarefas rotineiras.
Sim, eu vou até ao fim do mundo contigo,
Sim, eu vou apertar a tua mão no momento do parto do nosso filho
(Ou apenas teu e não meu),
E sim, eu vou passar-te o rolo de papel higiénico
Quando estiveres "ocupada" no trono de porcelana..!"
(Er... Isto não soa lá muito bem...)

...

(Raios! Poesia, poesia...
Raios partam a poesia!
E é tudo que me resta, a poesia!
Abençoada poesia!
Não me prejudiques!
Ajuda-me, poesia!)

(Hmm... Poesia...)
(Sentou-se uma jovem com mais enfeites que uma árvore de Natal,
Na cadeira em frente da minha,
Pediu-me lumes, e disse bem do meu cabelo que nunca penteio...
O meu lastimável cabelo...
Hmm...
Pois...
Frio! Com dignidade e convicção!
Mais importante que uma satisfação física
- Que mais é uma masturbação assistida,
Estão os meus ideais,
A minha tentativa de emirgir da superfície
Deste oceano saturado de cloreto de sódio e futilidades,
Para um oceano com cultura para além das suas orlas!
Para acabar que toda a gente coma chocolate!

"(Come chocolates, pequena;
Come chocolates!
Olha que não há mais metafísica no mundo senão chocolates!
Olha que as religiões todas não ensinam mais que a confeitaria.
Come, pequena suja, come!
Pudesse eu comer chocolates com a mesma verdade com que comes!
Mas eu penso e, ao tirar o papel de prata, que é de folha de estanho,
Deito tudo para o chão, como tenho deitado a vida.)"

Pois bem...)

-"Não sou nada.
Nunca serei nada.
Não posso querer ser nada.
À parte isso, tenho em mim todos os sonhos do mundo!"

-"... HÃ???!!!! "
-"Er... a menina por acaso não conhece Álvaro de Campos?"
-"Quem? Estuda onde? De que ano?"
-"... Fernando Pessoa, conhece?"
-"Ah! Sim! Muito bem! Bem, eu ADORO! Fernando Pessoa!"
-"E conhece o poema "Tabacaria" ? "
-"Oh, sim! Claro! de trás para a frente!"
-"E então não conhece o excerto desse poema que acabei de citar?"
-"Qual? "
-"...
Hoje, Eu é que realmente não sou nada..."
-"Ai era..? Pois... desculpa... já viste este video clip na MTV? Bem, eu ADORO! e tu?"

(Eu... Bem, eu ABOMINO!
"Abomino estas estrias sociais
Que sobressaem a pele da Verdade!"
Bom... Contudo...
Não quer dizer que seja má pessoa e irreversível...
Né?
...
A verdade é que neste momento sinto-me mais promíscuo que amoroso...
Mas, ainda assim, não vou ferir os sentimentos e valores de alguém
Que é um pedaço deste mundo!
(E que belo pedaço...)
...
Não!
Nem pensar!
Frontal! Directo!
Não fosse a transparência uma premissa do bom senso,
Um dos ideais meus e do discurso do método!
Há que ser transparente! Ser frontal e não ser cobarde!
Cá vai:)

-"Mas quê? Posso pagar-te uma bebida ou preferes antes o dinheiro?"
-"DESCULPA???!!!"
-"Estás desculpada."
TRESCHX!
...
(O que é que se há de fazer?
Era desnecessário o desperdício de cevada em malte na minha cara...
Mas... bom... de qualquer das formas fiz o correcto!
Com nível! Certo?
...
...?
...!
Nem por isso..!)

(Humm...
Decididamente, não sou poeta...
Decididamente, por mais que o meu discurso seja eloquente,
O conteúdo dos meus versos é falso e/ou vazio.
Decididamente.
Também os porquês da Verdade estarão sempre em mim e em toda a gente,
Quer eu os escreva ou não.
Também os amores e desamores da vida acontecem-me,
Quer eu os escreva ou não.
Também, enquanto espiritual, não hei de deixar de fumar,
Quer eu escreva ou não.
Também toda a pessoa mais apaixonada do mundo há de ser um pingo de promíscua,
Quer eu a escreva ou não.
...
Mas ainda assim não me conformo com a sociedade..!
"Raios partam a Terra e quem lá ande!")
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Os versos:
"(Come chocolates, pequena;
Come chocolates!
Olha que não há mais metafísica no mundo senão chocolates.
Olha que as religiões todas não ensinam mais que a confeitaria.
Come, pequena suja, come!
Pudesse eu comer chocolates com a mesma verdade com que comes!
Mas eu penso e, ao tirar o papel de prata, que é de folha de estanho,
Deito tudo para o chão, como tenho deitado a vida.)"
e
"Não sou nada.
Nunca serei nada.
Não posso querer ser nada.
À parte isso, tenho em mim todos os sonhos do mundo."
são adaptados do poema "Tabacaria" de Fernando Pessoa, sob o heterónimo Álvaro de Campos.

3 comentários:

Cláudio Rodrigues disse...

Dá-me algum tempo para tentar perceber isto... Depois, posso comentar?

Pedro Mileto disse...

_Caro Spicka, tens todo o tempo do mundo para comentar e não comentar.
O facto é que a tua atenção já fica registada! ;)
Abraço!

s0ninha d0s lim0es disse...

Meu amor é marinheiro
E mora no alto mar
Seus braços são como o vento
Ninguém o pode amarrar

Senhor poeta..
Vamos dançar!
Caem cometas
No alto mar
Cavalgam Zebras
Voam duendes
Atiram pedras
Arrancam dentes

Senhor poeta
Vamos dançar
Caem cometas
No alto mar
Soltam-se as velas
Vamos largar
Caem cometas
No alto mar..