sexta-feira, 12 de março de 2010

"A um poeta maior"

Por entre as mil e uma colisões atómicas
Que acontecem,
Que aconteram
E que estão para acontecer
Passar-te-ei uns versos...

Por tua causa, a existência tem:
Um sentido tão caótico
(Quando me sento numa secretária de proporções certas),
Uma visão tão absurda
(Quando apoio os meus cálculos numa máquina),
Uma ideia tão irresponsável
(Quando o senso comum é predefinido numa agenda).

Que alguma divindade sensata me valha!

Por tua causa,
Senti-me mais próximo da Razão quando:
Roubei uma flor,
E esse roubo me provocou arritmia,
E essa flor foi trocada por um sorriso.
E o médico que me curou foi graciosamente processado!

Somos a depurada e espontânea vegetação
Que tornam o universo desconfortável aos homens
E o mundo apreciado pelas mulheres.
(Ou só uma!, que nos basta!)

E por tua causa
O teu espírito colonizou-se em mim.
E o meu abriu os braços e disse:
"Obrigado!"

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